segunda-feira, 26 de abril de 2010

Calhambeque

Carros, carros, carros; tenho vários, todos de brinquedo. Não sei a diferença entre a terceira e a quarta e muito menos como se pisa na embreagem. Meu pai aprendeu a dirigir com doze, meu avô foi caminhoneiro e o Roberto Carlos se amarrava num calhambeque, mas eu não tô nem aí. Não me importo com a Maria Gasolina, com o IPVA e muito menos com o suposto conforto; falo sem medo que só vou ter um carro quando inventarem uma dessas duas coisas: piloto automático ou carro voador.

sábado, 17 de abril de 2010

Vale o que tá escrito

O bicheiro do quarteirão da minha vó era o cara com o emprego mais legal que eu conhecia. Estava sempre de bom humor, anotando números e recebendo dinheiro por isso. Mesmo com poucos anos de vida não tive dúvidas e sentenciei: "Quero ser bicheiro!". Meu avô atendeu meu chamado sem questionar e construiu uma espécie de banco-bancada com gaveta para que eu pudesse escrever minhas milhares, me arrumou uns bloquinhos e papel carbono e durante umas semanas eu fui o bicheiro amador mais feliz do mundo.