segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Perdidos e achados


Pula pra janeiro de 2011. O fim não fui eu quem decretou, mas acolhi. Esse texto é uma prova da nostalgia que a gente finje não ter e do carinho que a gente nunca esconde. Vamos lá, Matheus Pinheiro. Comer yakissoba na Liberdade, tocar cavaquinho no metrô, e fugir do velho destino que nos persegue. Seis linhas. Te dou uma semana pra me descobrir.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Fim


Os créditos sobem revelando os nomes dos protagonistas de um filme especial, onde só existem dois atores representando eles próprios: Matheus Pinheiro como Matheus Pinheiro e Maria Clara Bastos como Maria Clara Bastos. Minha carta de despedida não tem destinatário, é lançada ao vento e se algum dia você encontrá-la saberá que foi bom enquanto durou e, melhor, foi importante. Obrigado a todos e continuarei a eterna brincadeira aqui, desejando que tudo fosse simples e colorido como aqui.

terça-feira, 11 de maio de 2010

MC e o T-Rex alado

Há um tempo eu olhei pra trás pra tentar descobrir como cheguei onde estou, mas não consegui. De repente tenho mais de 20 anos, as contas estão no meu nome e o mundo ficou bem menor do que costumava ser. Acordei no outro dia e comprei um instrumento. Dias depois vi esse filme sobre dragões e desenhei um dinossauro; hoje soprei num catavento. Pra amanhã já comprei as passagens: vou aumentar esse mundo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Calhambeque

Carros, carros, carros; tenho vários, todos de brinquedo. Não sei a diferença entre a terceira e a quarta e muito menos como se pisa na embreagem. Meu pai aprendeu a dirigir com doze, meu avô foi caminhoneiro e o Roberto Carlos se amarrava num calhambeque, mas eu não tô nem aí. Não me importo com a Maria Gasolina, com o IPVA e muito menos com o suposto conforto; falo sem medo que só vou ter um carro quando inventarem uma dessas duas coisas: piloto automático ou carro voador.

sábado, 17 de abril de 2010

Vale o que tá escrito

O bicheiro do quarteirão da minha vó era o cara com o emprego mais legal que eu conhecia. Estava sempre de bom humor, anotando números e recebendo dinheiro por isso. Mesmo com poucos anos de vida não tive dúvidas e sentenciei: "Quero ser bicheiro!". Meu avô atendeu meu chamado sem questionar e construiu uma espécie de banco-bancada com gaveta para que eu pudesse escrever minhas milhares, me arrumou uns bloquinhos e papel carbono e durante umas semanas eu fui o bicheiro amador mais feliz do mundo.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sobre o amor

Quando eu tinha uns 4 anos ganhei um chinelo do Gato Félix do meu avô e me apaixonei. Isso mesmo, eu me apaixonei por um chinelo, mas puta que pariu, QUE CHINELO FODA! Quando você é criança não interessa muito o objeto em si, você só sente e pronto. No mesmo dia, voltando pra casa, adormeci no carro e ao ser carregado pelo meu pai até em casa perdi o chinelo. Fiquei completamente desesperado no dia seguinte e procurei em todos os cantos possíveis, mas nunca mais encontrei aquele chinelo. Assim é o amor.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

00's

Ir embora faz parte da vida. Estamos em 2010, somos jovens e precoces. Escrevemos, desenhamos, fazemos filmes; andamos em círculo pulando de pedra em pedra e persistindo enquanto a gente aguenta, se segurando enquanto dá. É a geração do desapego, do foda-se o passado - eu só quero ir pra frente; do vamos beber pra dar um sentido pra esse sábado à noite, enquanto a vida real não chega; do eu não me importo contigo mas quero que me ame. No mundo dos pobres e sem escolha a gente inventa o futuro.