segunda-feira, 30 de março de 2009
Febre
Meu delírio mais lícito. É bom sentir o corpo esquentando, a mente divagando. É como uma lembrança de sol forte na infância, inodora. O cuidado exagerado, os mimos, o sono. Hoje em dia é apenas uma noite perdida: sem álcool, sem cigarros. A fortaleza ruindo, o calor paralisante, a fraqueza asfixiante. Auto-suficiência não é mais o bastante, você precisa de algo, você precisa de ALGUÉM. O medo seguido por um lamúrio de esperança. Fica a lição que aprendi com a febre: Não se pode esnobar a própria morte.
quinta-feira, 26 de março de 2009
22 anos de solidão
Cansou-se da incerteza, do círculo vicioso daquela guerra eterna que sempre o encontrava no mesmo lugar, só que cada vez mais velho, mais acabado, mais sem saber por que nem como, nem até quando. (...)Em qualquer lugar que estiver lembre de que o passado é mentira, que a memória não tem caminhos de regresso, que toda primavera antiga é irrecuperável e que o amor mais desatinado e tenaz não passa de uma verdade efêmera.
G.G. Márquez
G.G. Márquez
Biscoitos e iogurte
Eu conhecia uma porção de mulheres. Pra que sempre mais mulheres? O que eu estava tentando fazer? Era excitante um caso novo, mas também dava um trabalhão. O primeiro beijo, a primeira trepada tinham uma certa dramaticidade. As pessoas são interessantes no início. Aos poucos, porém, todos os defeitos e loucuradas botam as manguinhas de fora, é inevitável. Começo a significar menos pras pessoas, e elas pra mim.
Bukowski - Mulheres.
Bukowski - Mulheres.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Vamos vendo
Eu já estava programada pra escrever um post todo capcioso sobre o paintball da última sexta, mas agora é tarde. O timing já se foi.
Se nas semanas passadas eu só trabalhava, agora o que me resta é esperar. Esperar o resultado dos meus esforços e minha dedicação a coisas que parecem ser becos sem saída. Se é pra funcionar, que seja agora. Se não, bom, o que são mais alguns tapas na cara depois de vinte e um anos bizarros? Como disse meu sábio colega Mathew: a vida continua.
Se nas semanas passadas eu só trabalhava, agora o que me resta é esperar. Esperar o resultado dos meus esforços e minha dedicação a coisas que parecem ser becos sem saída. Se é pra funcionar, que seja agora. Se não, bom, o que são mais alguns tapas na cara depois de vinte e um anos bizarros? Como disse meu sábio colega Mathew: a vida continua.
terça-feira, 24 de março de 2009
Por que você não pode ser como antes?
Essa, sem dúvida alguma, é a pergunta mais sinistra que eu conheço. Quando uma menina pergunta uma coisa dessas, é porque eu tive o mínimo de cara de pau/envolvimento necessário para fazê-la se apaixonar e agora, sendo recíproco ou não, eu estou cortando radicalmente o contato. Eu poderia não responder porra nenhuma. Eu poderia dizer algo do tipo "porque eu não quero mais te comer" ou "porque eu arrumei uma mais legal", mas geralmente me conformo com um "porque não". E a vida continua, rapeize.
sexta-feira, 20 de março de 2009
Sobre a noite de ontem
Queria fazer um post sobre meu colegas de faculdade (que descobri serem amigos de faculdade) que reencontrei numa festa ontem. Todomundoxuntoreunido. Lindo. Mas não vou. A festa era de encerramento de um festival de cinema. Todo mundo bonito e bem relacionado tava lá. A bebida liberada, que achamos que seria um espumante deprê, acabou sendo chopp Eisenbahn e champanhe com morango. Te mete. Resolvi relevar a parte do perdi-meus-óculos-meu-celular-caiu-na-privada-tenho-trabalho-me-esperando-em-casa e só curti. Mesmo. E digo mais: depois de ontem a ressaca é até digna.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Sobre voltar das férias
Entrar de férias é como sair de órbita. No meu caso específico, faço questão de cortar completamente todos os laços com a empresa. Pode morrer o chefe, nascer o filho do amigo, acabar o casamento da dupla, FODA-SE, estou de férias. Essa é a minha maneira pseudo-sutil de dizer que estou aqui apenas pelo dinheiro. A parte ruim é voltar. Voltar das férias é como levar um tiro no peito. Um não, vários. Mas depois de todos esses anos, você aprende que a parte boa só é boa porque existe a parte ruim.
terça-feira, 17 de março de 2009
Post Anti-musical (cont)
Já era hora de almoço. Oito pessoas no Bernardão indo comer xis. O Bernardão não tem rádio, então fomos aos diferentes sons do trânsito e de carros aleatórios. No Cavanhas não havia música. Apenas uma TV que noticiava os acidentes da Protásio. Mais tarde, no ônibus, liguei o rádio, onde tocava "Beat it". Estava feliz por ter uma trilha sonora novamente, até que o Michael Jackson foi sufocado pelo barulho da senhora vomitando uns bancos atrás de mim. E daí acabou a bateria. Mas tudo bem. A música está no coração. Pfffffffff
segunda-feira, 16 de março de 2009
Dicas musicais num post cheio de links
Aproveitando o gancho, voltei de Pernambuco com dois vícios. O primeiro, Maquinado, é um projeto do guitarrista do Nação Zumbi, Lúcio Maia, e me agrada já há algum tempo. O engraçado é que não vi o show deles em Recife, mas fui e voltei encantado com a apresentação que eles fizeram no Circo Voador, abrindo para o Mombojó. Baixem. O segundo é a banda Eddie, expoente maior do Olinda Original Style e com 97 anos de estrada, que ano passado lançou o sensacional disco Carnaval no Inferno.
Post musical
Na parada de ônibus esperando o Vila há 23 minutos. Toca Guns no rádio (porque meu mp4 desgraçado estragou)- Patience. Eu costumava odiar essa música, mas né. As pessoas mudam. Agora acho que ela tem o melhor final de música do universo. Então instituímos no trabalho a manhã da música melosa. Rolou, além de Guns que pedi pra ouvir de novo e cantar alto, Skid Row, AC/DC, Sound Garden e outras coisas (coloridas) que ouvi sozinha no youtube quando meu chefe chegou. Continua.
Post dedicado ao homem-triste-que-não-vê-ninguém que não apareceu na parada hoje.
Post dedicado ao homem-triste-que-não-vê-ninguém que não apareceu na parada hoje.
O sol, os pássaros e a aranha
Ontem por volta das 7 da manhã, percebi que tinha sido picado por uma aranha. É incrível como o local da picada estava inchado e o contorno das duas pequeninas presas bem definido, destruindo a minha hipótese de ter sido um mosquito. Os pássaros cantavam felizes, ignorando meu martírio. Achei que fosse morrer e cismei que a minha perna toda estava dormente por causa da picada. Experimentei até uma certa nostalgia breve por tudo aquilo que não fiz, mas estava com tanto sono que dormi. Sobrevivi.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Mes amies
Provar que sou popular é uma coisa que nunca achei que tivesse que fazer. Não que eu seja popular. Mas sim, tenho meus amigos. Muito bons, diga-se de passagem. Daquele tipo de pessoa que dá pra ficar semanas sem ver e quando vê é como se nunca tivesse saído do lado. É, muita gente fica pra trás. Acho que é outra forma de ver o tempo passar. Lembrar dos amigos que não fazem parte mais da rotina. Mas né, não tenho muita paciência pra pessoas. Muito menos pra provar qualquer coisa pra elas.
A arte de parir
Uma das melhores formas de ver que o tempo está passando é observar a gestação de uma pessoa aleatória, com quem você não tem muito contato. No início você acha que a pessoa está engordando rápido demais, embarangando, depois percebe que aquela barrigona não é de comida e um belo dia aquela coisa enorme desaparece. Mágico assim. Estou comentando sobre isso porque antes de parar de frequentar a faculdade um dos meus amores platônicos estava grávida e agora ela anda com a foto da filha na contracapa do caderno. Continua linda.
Meu amanhã
Tá difícil pensar no futuro. Pra mim agora a vida só existe até segunda-feira. São tantas as coisas a fazer. Documentos, projetos, tarefas pessoais e intransferíveis (olha que eu tentei transferir, mas não rolou). E é assim que as semanas vão passando. De segunda em segunda, de deadline a deadline, até que quando se vê já é janeiro de 2010, e minha vida tá contabilizando 22 anos sem eu me dar conta. Então pra quem acha que ano que vem tá longe, tá não. Não demoro muito. Me aguardem.
quarta-feira, 11 de março de 2009
Hoje correndo atrás do amanhã e depois
Olá. Hoje eu retorno à faculdade depois de um afastamento (re)forçado de 6 meses. O motivo? Trabalho, cansaço, depressão, crise dos 20 - QUEM vai saber? A questão é: Por que as pessoas simplesmente surtam? Todos tem esse direito? Foi sobre isso que pensei durante uns 2 meses, tentando me convencer de que também tinha esse direito, até finalmente esquecer que tinha largado a faculdade. Parafraseando novamente o Nação Zumbi, "aquele que esquece lembra tudo depois". Boa sorte, Matheus.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Miss judged
A maior descoberta que fiz na minha vida recente foi perceber que eu não tenho que ter a vida dos outros pra ser feliz. O que tirou um grande peso de minhas costas, diga-se de passagem. Não interessa o que vier. Será bem-vindo. Buenos Aires, São Paulo, Rio, ou só Porto Alegre mesmo. Porque estou começando a aprender que a (minha) felicidade está nas coisas imutáveis. Que fique claro que isso não é uma competição de quem vive mais ou melhor. É apenas uma troca, Mat.
Agora Falando Sério
O problema de estabelecer-se numa rotina banal é acreditar que apenas ser é o suficiente. NÃO, é o que eu digo, mesmo sabendo que talvez esse seja o perigo de se fazer o que gosta (o que não é meu caso). Estou em contínuo processo de aprendizado. Mesmo que na maioria das vezes não saiba o por quê da viagem, em todas aprendo algo a respeito das minhas incertezas. Como posso chegar onde quero se nem sei onde é? Talvez nem seja essa a questão. Talvez esses lapsos de felicidade sejam toda a felicidade que de fato existe. Voe.
Milhas
Suponho que algumas pessoas têm (nunca deixarei de usar esse acento, ok?) que ficar em um só lugar, mesmo. Os últimos treze dias passei pretty much sentada na frente do premiere editando. Algumas notícias boas, perspectivas novas. Salário, compras, jello shots, subway, Gus Van Sant, Twilight. O de sempre. Deixando bem claro que isso não é uma queixa. Foi sempre assim, e acho que é dessa forma que vou eventualmente chegar aonde quero. E aonde nenhum avião pode me levar.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Manguetown
Olá. Acabei de chegar de Recife. Se você não sabe, fica em Pernambuco. O que eu tenho pra falar sobre esta viagem não cabe em 1000 linhas, quem dirá em 8, sendo assim, farei uma análise superficial e voltarei a falar futuramente. Acho que, salvo as devidas proporções dimensionais-demográficas, é a cidade mais parecida com o Rio de Janeiro que eu já visitei, tanto pela arquitetura, quanto pelo jeito das pessoas. Se você quer ter uma idéia abstrata do que é a cidade, influenciado por mim obviamente, escute essa música.
Em nota extraordinária, gostaria de pedir desculpas aos nossos 4 leitores por ter esquecido de avisar que iria viajar.
Em nota extraordinária, gostaria de pedir desculpas aos nossos 4 leitores por ter esquecido de avisar que iria viajar.
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